sábado, 25 de agosto de 2007

Preciso livrar-me.

Os olhos sobre o espelho e nem um resto daquele amor que fora há pouco todo o reflexo.
Ando nas ruas com um amigo e a cada esquina, cada casa ou loja eu tenho uma lembrança que esquenta e rapidamente congela meu peito. Não digo nada a ele porque não quero mais pensar, não quero mais essa dormência que embaça os olhos e me faz sentir criança desprotegida.

Pudera eu mudar-me agora sem deixar endereço. Pudera eu, pudera. Mas não posso. Estou aqui e ela existe e fala comigo sem maldade. Ora, pois a bondade é a pior parte. Não existe um culpado, um vilão que eu possa odiar e desse ódio renascer. Poderia renascer de mim e este é também o único caminho que vejo. Misturamo-nos tanto que me queimo de novo toda vez que tento ser fênix.

Seria meu âmago só meu? Ou será que lá, bem no fundo, ainda resta um pedaço de você?

Toda essa confusão me cansa. Eu sei que preciso transformar o sentimento e não tentar matá-lo. Meu coração não deixa, no entanto, ele quer o passado de volta, apesar de tudo isso ser irreversível, inclusive por minha parte.

Aquele rosto que me persegue e que eu mal consigo me lembrar de todos os traços.
Salve-me dessa loucura, dessa isanidade da sentir e não querer, de ser e não saber, meu deus!

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