quarta-feira, 15 de agosto de 2007

âmago infinitum

As minhas palavras me mentem e desmentem cada vez que ouso usá-las. Há algo além. Há algo enorme que elas não saber dizer. Eu venho tentando definir há muito tempo. Interpretei sonhos, li palavras velhas, debrucei-me e chorei sobre fotos e fatos, considerei complexos freudianos e aonde eu vim parar? Estou aqui, sem conseguir fazer qualquer coisa. E o que mais? Por um momento até me esqueço o que era aquela coisa que eu queria gritar, funcionava como combustível. Agora eu não quero mais falar nada, nem ao menos dissertar sobre minha’lma cansada, sobre as escuridões e alvas luzes. Minhas mãos estão geladas e quero aquecê-las eu mesma, sob cobertores grossos e ligeiramente ásperos. Embrenho-me no inverno em seu ápice.

Quero suportar eu mesma o peso das pálpebras que se fecham no escuro quando o sono não vem, ou quando vem para apagar a consciência. Quero, quero, quero. Não quero querer mais nada, quero estar sentada em lugar de altitude e observar lá longe o que está dentro.

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